É sabido que os campeonatos inglês, espanhol, francês, alemão e italiano são os mais ricos da Europa. Os jogadores de todo o mundo vão jogar para os grandes clubes europeus movidos por salários milionários.
Isto está ligado ao fenómeno dos direitos televisivos de futebol. Durante os últimos anos, tem havido um aumento significativo do montante dos direitos que as televisões estão dispostas a pagar para poder transmitir jogos, sobretudo da liga inglesa.
Seria portanto de esperar que os clubes do campeonato inglês (Premiership) que têm à sua disposição um montante muito elevado de fundos provenientes da venda dos direitos televisivos, usassem esses fundos para ir comprar os melhores jogadores tanto na segunda divisão inglesa como no estrangeiro. Ou seja, seria expectável que a Premiereship tivesse um saldo líquido de transferências de jogadores bastante negativo.
O que o gráfico seguinte mostra é que de facto, quanto mais milionários são os campeonatos, mais gastam em termos líquidos para comprar jogadores. No entanto, a liga Espanhola foi a que em 2010 gastou mais em termos líquidos. De facto, a liga Espanhola (ou antes, os clubes espanhóis, já que a negociação em Espanha é individual para os grandes) gastou em termos líquidos mais de 330 milhões de Euros em 2010 em transferências (o montante bruto é bem superior, acontece que também vendeu jogadores) enquanto que os seus direitos televisivos para os próximos anos são cerca de 500 milhões de Euros por ano.
Já a Premiership, que tem direito a 1.176 milhões de Euros por ano em direitos televisivos (uma grande parte, ligada a transmissões para o estrangeiro) “só” gastou 126 milhões de Euros em termos líquidos.
Como podem ver a correlação é negativa, como seria de esperar ou seja quanto mais elevadas as receitas de direitos televisivos, mais ou saldo é negativo ou seja mais os clubes pagam por jogadores de outras ligas.
Portugal continua a ter um saldo positivo, o que significa que os clubes portugueses continuam a exportar jogadores para Inglaterra, Espanha, França e Alemanha e a lucrar com isso.